Projetos

(2018-2021) A BUSCA: ATUALIZAÇÃO DE SUA TAXONOMIA NOS MECANISMOS DE BUSCA

Da intenção da busca, base da Taxonomia de Broder (2002), ao banco de intenções de busca, que é o Google, de acordo com Batelle (2006), ela tornou-se um fenômeno social. No entanto, entre a intenção de busca e o banco de dados está a temporalidade e a Search Engine Results Page (SERP - Página de Resultados do Mecanismo de Busca), com sua complexidade e com as inovações tecnológicas.  A Taxonomia, como ente ontológico, isso é, categoria ou nome que serve para classificar a busca, mostrou-se relevante para estudo e rótulo dos tipos de busca, nestes últimos anos. O objetivo da pesquisa com delineamento documental (polo técnico) foi atualizar a Taxonomia, de Broder (2002), composta de busca: navegacional, informacional e transacional, mediante a correlação de uma SERP atual (corpus metodológico) com a literatura específica do tema (corpus teórico). Ao mesmo tempo, pretende-se verificar quais dos elementos da SERP, como o Knowledge Graph, Ads, Local Search, Featured Snippet e Organic Results, propostos por Maksimava (2016), pertencem a qual tipo de busca, na Taxonomia citada (a ser atualizada). A busca local foi a mais complexa de ser analisada, pois tanto pode ser elencada como um tipo de pesquisa vertical, dentro da busca transacional quanto uma categoria separada (Local Search) dentro da Taxonomia de Broder (2002), dada a sua importância em um mundo de objetos georreferenciais cada vez mais ressignificados e individualizados pelos sujeitos da informação. Já a busca semântica, a orgânica e a patrocinada continuam como um subconjunto dentro da Taxonomia citada, uma vez que são resultados  compreendidos na busca informacional e transacional, respectivamente.   A investigação possibilitou repensar a Taxonomia de Broder (2002), por meio da inserção da busca local, que pensamos ser necessária para contextualizar interesses mais específicos dos sujeitos da informação, portanto, o acréscimo da busca local torna-se um objeto para a reflexão a ser investigado na Ciência da Informação e no escrutínio plural e semiótico da busca. 

Palavras-chave: Busca. Taxonomia da Busca. SERP. Mecanismos de Busca.

(2015-2018) KNOWLEDGE GRAPH E O GOOGLE: ÍNDICE OU ENCICLOPÉDIA? POR UMA ABORDAGEM SEMÂNTICA DOS ÍNDICES CONTEMPORÂNEOS (artigo)  (artigo) (artigo) (artigo)

A semantização do ciberespaço preconizada pela Web Semântica toma corpo e funcionalidade por meio dos agentes inteligentes e dados estruturados. Nessa direção, o Knowledge Graph (KG) - ou mapa do conhecimento - associado ao Wikidata - banco de dados de conhecimento - estão transformando o índice em relações semânticas enciclopédicas, já que para Eco (2013) a enciclopédia é uma representação semântica do saber. De acordo com essa reflexão, algumas questões de investigação emergiram: que tipo de Semântica o KG estaria apresentando? O conceito de Semântica no sentido tecnológico estaria, de certa forma, contemplado nos cinco tipos apresentados de Eco (2013)? Ou ainda, os agentes inteligentes estariam vislumbrando um novo paradigma de Semântica a partir dos engendramentos híbridos de significações, nos índices contemporâneos? A partir disso, que tipo de enciclopédia o índice do Google estaria configurando-se? O estudo, de enfoque teórico-informal e delineamento documental, pretendeu investigar essas questões apresentadas por meio de um corpus selecionado no Wikidata e também a partir de resultados retornados em uma SERP (Search Engine Results Page) do Google. Nesse sentido, como resultado, observou-se que a Semântica Formal é o fundamento para a geração de metadados, entretanto, no paradigma pós-moderno, o sentido - e a própria Semântica - são um fenômeno sociotécnico no ciberespaço, isto é, no aspecto tecnológico da WS, a Semântica visa à construção de um modelo que reproduza a capacidade interpretativa que um interpretante tem, seja humano ou máquina. Também como resultado, diante do objetivo de conhecer a estrutura de um índice contemporâneo, a partir do Google, buscou-se a análise de sua anatomia, ou seja, os elementos constitutivos de sua estrutura, de acordo com Morville e Callender (2010) e da estrutura básica de um índice no clássico, ensaio de Wheatley (1879), com o título What is an index? Após o cotejamento desses índices, observou-se que sua estrutura básica modificou-se, dada a natureza do substrato digital que os suportam, apresentando mais elementos, ao mesmo tempo em que reforçam seu aspecto semiótico indicial de ligação. Eles são, hoje, as nossas bússolas informacionais.


(2013) KNOWLEDGE GRAPH E PEIRCE: UMA ABORDAGEM SEMIÓTICA DOS ÍNDICES CONTEMPORÂNEOS NO CIBERESPAÇO (livro)  (artigo)

O Knowledge Graph é uma semantização da busca, realizada por agentes inteligentes, desenvolvido e implementado pelo Google, em dezembro de 2012, no domínio de língua portuguesa. Aparentemente mais um recurso, é um forte investimento em Inteligência Artificial, no campo de Recuperação da Informação. Constitui-se em outra possibilidade de produção de sentido no ciberespaço. O Google vem elaborando rede de conexões entre os elementos do mundo real (semantizando as queries) a partir das marcas linguísticas deixadas pelos sujeitos navegadores, de forma pragmática (Web Pragmática), assim como capturando e produzindo descrição e ligação das entidades do mundo real, no ciberespaço, de forma semântica (Web Semântica). Essa discussão implicou discutir o funcionamento de produção de sentido no ciberespaço, afinal, de que Web estamos falando? Para responder a questão houve a necessidade de ressignificar termos como Web Pragmática (associada somente à Social) e a Web Semântica (interpretada como dados estruturados), em direção à Web Semiótica ou ubíqua. A pesquisa desenvolvida sobre o Knowledge Graph objeto de investigação confirma a premissa sobre o interpretante dinâmico (Peirce), já que o interpretante é um signo adicional, resultado do efeito que o signo produz em uma mente interpretativa, não necessariamente humana, mas, por exemplo, uma máquina. Percebeu-se que processo de semantização dessa Web Semiótica, por meio da convergência de tecnologias de significação que o Google vem engendrando no ciberespaço, são compostas de: Autosuggest, Semantics tags, Entity collections, Geosearch collections e Topical weblinks. Se os índices, na modernidade, são definidos como "Enumeração detalhada dos assuntos, nomes de pessoas, nomes geográficos, acontecimentos, etc., com a indicação de sua localização no texto." (ABNT, 1989, p.1), na contemporaneidade, eles podem ser definidos como "Signo que se encontra em relação de contiguidade temporal ou espacial com o objeto que refere." (INFOPÉDIA, 2013), ou seja, passam a ter uma acepção semiótica, mesmo que seja na ordem da informação. É nesta teia cada vez mais imbricada, filigrana de signos, interpretantes, intérpretes e interpretações que vamos significando o mundo no ciberespaço a partir dos mecanismos de busca e potencializando os processos cognitivos híbridos.

FONTE: MONTEIRO, Silvana Drumond; FERNANDES, Rogério P. Muller; DECARLI, Gian Carlo; TREVISAN, Gustavo Lunardelli. Sistemas de recuperação da informação e o conceito de relevância nos mecanismos de busca: semântica e significação. Encontros Bibli. Florianópolis, v. 22, n. 50, p. 161-175, 2017.

BUSCA NO GOOGLE

FONTE: MONTEIRO, Silvana Drumond. Knowledge Graph e a significação: novos agenciamentos semióticos dos índices contemporâneos. In: In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, n. 16, 2015, João Pessoa. Anais... João Pessoa: UFPB, 2015. p. 1-15.


(2012-2015) AS DOBRAS DO CIBERESPAÇO: DA WEB VISÍVEL À WEB PROFUNDA E OS MECANISMOS DE BUSCA   (artigo) (artigo)

A partir de uma proposta de categorização dos mecanismos de busca objetivando comprovar as múltiplas sintaxes de organização do conhecimento no ciberespaço, tendo como aporte teórico a heterogeneidade e a multiplicidade dos regimes de signos (princípios filosóficos do Rizoma, DELEUZE; GUATTARI, 1995, v.1) e as matrizes da linguagem-pensamento (SANTAELLA, 2005), descobriu-se um território ainda não penetrado pelos buscadores: a Web Invisível. Dessa forma o projeto propôs, como objetivo geral, estudar a Web Invisível como a principal dobra semiótica do ciberespaço. A pesquisa teve enfoque teórico-formal e elegeu o conceito de dobra com espessura epistêmica complexa, desenvolvido por Deleuze e de inspiração leibniziana (1991), que explica os agenciamentos "maquínicos" e a visão pragmática dos aspectos técnicos e materiais das semióticas. Considera-se a Web Visível e a Invisível como partes de uma dobra, de fronteiras difusas, às vezes ambíguas, mas intrinsecamente unidas, sendo a Web Visível o (des) dobramento da interioridade da Web visível. O projeto direcionou-se por estudar além da Web Invisível a Web indexável, como continuação da categorização referida, em especial os mecanismos híbridos verbo-visuais, pois é justamente nessa dobra semiótica dos mecanismos de busca que surgem as hibridizações: dos mecanismos, das linguagens e da indexação, surgem também as hipersintaxes e as intersemioses. Para todas essas investigações, além da pesquisa documental, fez-se prospecção nos mecanismos de busca mediante a seleção de um corpus. Dessa forma, a investigação fez uma cartografia da invisibilidade do ciberespaço ao perscrutar as "suas Webs", ou melhor, as várias dobras semióticas do ciberespaço.

FONTE: Adaptado de FORD e MANSOURIAN (2005, p.585). MONTEIRO, Silvana Drumond; FIDENCIO, Marcos Vinicius. As dobras semióticas do ciberespaço: da web visível à invisível. TransInformação, v. 25, n.1, p. 35-46, jan./abr. 2013.



(2013-2015) A TOPOGRAFIA DA DARK WEB E SEUS NÃO LUGARES: POR UM ESTUDO DAS DOBRAS INVISÍVEIS DO CIBERESPAÇO   (artigo) (artigo)

Existe no ciberespaço uma web escura e escondida denominada Dark Web. Nesse viés, esta pesquisa objetivou topografar a Dark Web e seus não lugares no Ciberespaço e como objetivos específicos: reunir brevemente as dobras visíveis do ciberespaço; caracterizar as dobras invisíveis do ciberespaço; investigar as especificidades da Dark Web em relação à definição, localização, acesso, conteúdo e mecanismos de busca; contextualizar os seus não lugares de acordo com os preceitos de Augé (2012) e Bauman (2001) e construir um Mapa Conceitual para demonstrar a topografia da Dark Web graficamente. Como procedimento metodológico, esta pesquisa se baseou no método indutivo informal com uso de um formulário para coletar dados na Dark Web. O método dedutivo formal foi utilizado por meio de um corpus teórico a partir do conceito de não lugares para a Dark Web. O estudo teve natureza básica com delineamento documental e abordagem qualitativa. Nas dobras visíveis do ciberespaço foram conceituadas a Web Visível, Indexável ou da Superfície, a Web 2.0 ou Social e a Web 3.0 ou Semântica. Já nas dobras invisíveis, procurou-se definir a Web Invisível ou Deep Web, a Web Oculta, a Web Privada e a Web Verdadeiramente Invisível. A Dark Web foi discutida como a dobra mais profunda e escura do ciberespaço e a Darknet foi dialogada como representante de uma internet escura por redes como o Tor, Freenet e I2P. Os principais resultados demonstram que os conteúdos informacionais da Dark Web são em sua maioria de má índole com envolvimento de crimes pertencentes ao lado da pílula vermelha de The Matrix, o filme. Pressupõe-se com observações no ambiente que 80% dos conteúdos do ambiente esteja no lado da pílula vermelha e 20% no lado azul. Foi considerado que os pontos positivos da Dark Web são a navegação anônima, livre do recebimento de propagandas e de informações estatísticas que geram negócios lucrativos aos mecanismos de busca e também o fato de descartar possíveis espionagens. Com intuito de constituir privacidade no ciberespaço, a navegação nas dobras invisíveis como na Dark Web são também opções que se fomentam como boas práticas no ambiente. A realização de buscas por meio de um mecanismo que opera tanto na superfície quanto na Dark Web, também são destaque nesta pesquisa.Também foi possível identificar que devido a falta de identidade, relação e historicidade com as dobras invisíveis como a Dark Web, esta torna-se um não lugar em essência. A falta de civilidade e interação humana e a característica de ser um lugar de passagem mais uma vez atestaram para a comprovação da Dark Web como um não lugar. O Mapa Conceitual a respeito da Dark Web visou demonstrar a topografia do ambiente, as descobertas conceituais e a relação do objeto estudado com os demais dispersos principalmente sob as dobras do ciberespaço. Acredita-se que os resultados alcançados com este estudo possam contribuir com a CI e ampliar horizontes para outras pesquisas a respeito da temática que é inédita no Brasil.

Dissertação de Mestrado apresentada por: Richele Grenge Vignoli | Orientadora: Silvana Drumond Monteiro (2013-2015) 

FONTE: VIGNOLI, R. G.; MONTEIRO, S. D. A Dark Web e seu conteúdo informacional. In: SEMINÁRIO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO (SECIN), 6., 2016, Londrina-PR. Anais [...]. Londrina-PR: CIN UEL, 2016. Disponível em: <https://www.uel.br/eventos/cinf/index.php/secin2016/secin2016/paper/view/266/186> . 

FONTE: VIGNOLI, R. G. A topografia da Dark Web e seus não lugares: por um estudo das dobras invisíveis do ciberespaço. Orientadora: Silvana Drumond Monteiro. 2014. 152 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina-PR, 2014. Disponível em: <https://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?view=vtls000191992>. 


(2011-2013) AS DIMENSÕES SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA DA WEB E DOS MECANISMOS DE BUSCA NO CIBERESPAÇO (artigo)

O ciberespaço é um espaço semântico/semiótico, desterritorializado, em constante modificação e a Web, seu principal constructo, tem crescido de forma vertiginosa ao ponto de ser fracionada para fins de estudo, dividindo-se em Web 1.0 ou Sintática, Web 2.0 ou Social, Web 3.0 ou Web Semântica, Web Pragmática etc. Assim, a Web Semântica (WS) é uma representação do conhecimento que tem na sua estrutura as tecnologias para atribuir semântica baseada nas linguagens de programação de modo geral. Porém, a semântica da WS é do tipo formal, mais ligada à sintaxe e a lógica, diferente da semântica da Linguística. A Web Pragmática está sendo construída a partir das experiências da Web 2.0 ou Social, de modo que as pessoas estão contribuindo para sua construção, fazendo o upload e uso da linguagem dentre de um contexto. Contudo, somente uma pequena parte da Web está representada por metadados, ontologias etc e, a outra parte, que é a grande maioria, ainda tem o problema da taxonomia do conhecimento e da multiplicidade dos signos. Dessa forma, os mecanismos de busca como tecnologias da informação fazem a indexação automática dos conteúdos da Web; no entanto, tradicionalmente, utilizam palavras-chave ou descrições textuais para processarem a busca. A grande riqueza da indexação maquínica são as múltiplas sintaxes, não obstante, o aspecto semântico é necessário para atribuir sentido a query, ou seja, a questão de busca. Nesse sentido, para entender as dimensões da Web e dos mecanismos de busca, utilizamos os conceitos de semântica e pragmática da Linguística e da Filosofia, relacionando o conceito de semântica ao sentido e o conceito de pragmática ao contexto de uso da linguagem. Trata-se de uma pesquisa teórico-informal que tem por objetivo estudar os mecanismos de busca que operam com semântica e a busca contextual. Para tanto, adotou-se a pesquisa documental com abordagem qualitativa e a análise documental como método e técnica tanto para construção do corpus teórico quanto para identificação, seleção, definição do corpus de análise e exemplificação da busca realizada pelos mecanismos de busca que operam com semântica. Foram analisadas a forma de organização (indexação) e o processo de busca dos mecanismos de busca selecionados. Os resultados demonstraram que a semântica e a pragmática são interdependentes quando se trata do estudo dos mecanismos de busca, porque não dá para desvincular a indexação e a busca, uma vez que o mecanismo é o interpretante da enunciação da busca e o leitor, o interpretante dos resultados. Os mecanismos de busca têm utilizado da colaboração dos leitores tanto na geração do índice quanto na definição de padrões de busca para que os resultados sejam obtidos em um contexto pragmático. Constatou-se que a pesquisa pode contribuir para a categorização ou tipologia dos mecanismos de busca, tanto que sugerimos a readigramação da categoria "apresentação dos resultados". Por fim, acredita-se que o estudo possibilitará aos bibliotecários o conhecimento das funcionalidades dos mecanismos de busca, uma vez que a tendência atual das interfaces de busca dos catálogos online (OPACs) é facilitar o acesso às coleções em um ambiente similar ao dos sites de busca da Web.

Dissertação de Mestrado apresentada por: Ilza Almeida de Andrade | Orientadora: Silvana Drumond Monteiro (2008-2011) 


(2008-2011) OS MECANISMOS DE BUSCA: INVESTIGAÇÃO DAS MÚLTIPLAS SINTAXES DE ORGANIZAÇÃO E BUSCA DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO NO CIBERESPAÇO

Após séculos organizando e buscando o conhecimento sob o paradigma da linguagem verbal, em especial, sob as modalidades significativas aristotélicas (predicáveis e categorias) em que subsume o conhecimento em gêneros e espécies, classificando-o hierarquicamente, o profissional da informação depara-se com um novo ambiente virtual, o ciberespaço, onde as máquinas estão indexando o conhecimento. Esse cenário de ficção científica é explicado pela Filosofia como pós-moderno, em que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são proeminentes. Novas teorias e nova pragmáticas devem emergir para a compreensão deste momento que está problematizando e complexificando a Ciência da Informação, em especial, nos seus principais postulados. Assim, temos como objetivos gerais estudar o conhecimento na pós-modernidade delineando-o na construção de um corpus teórico sobre os mecanismos de busca. A premissa aser comprovada é a das múltiplas sintaxes de organização e busca do conhecimento no ciberespaço. Para tanto, utilizamos, especialmente, do conceito de Rizoma (DELEUZE; GUATTARI, 1995, V.1) e das matrizes semióticas de Santaella (2001) à compreensão da indexação dos mecanismos de busca no ciberespaço. Dito isso, a pesquisa enquadra-se como teórico-formal. Assim, a pesquisa teve como objeto específico elaborar uma categorização dos mecanismos de busca, a partir de um corpus selecionado para a investigação, em que foram evidenciados alguns atributos de estudo, a saber: Anatomia, Forma geral de indexação ou organização, Ordenação e Apresentação dos resultados e Paradigma semiótico. Não obstante, essas máquinas estão compreendidas, como já apontado, no cenário da pós-modernidade e das TIC, de modo que em termos de organização no ciberespaço, outras tecnologias estão despontando, todas apresentando como fenômeno o "uploading", isto é, a possibilidade de publicar e até "etiquetar" o conhecimento no ciberespaço por meio das "Tags" (etiquetas)Cita-se como exemplo as ferrramentas, programas e aplicativos da Web 2.0, como os Wikis (rápido), Blogs (Weblog ou arquivo Web), Flickr, Del.ici.us, Youtube, entre outros. Ao final da investigação, os resultados alcançados foram elaboração de um corpus teórico sobre o conhecimento na pós-modernidade, sobre os mecanismos de busca, de forma didática, que sirva como atualização da Ciência da Informação, completando conteúdos programáticos, seja da graduação, seja da pós-graduação, além das orientações nesses níveis e disseminação desse conhecimento em livros e artigos científicos.

Categorias do Mecanismos de busca

FONTE: MONTEIRO, Silvana Drumond. Categorização dos mecanismos de busca. 2015. Os mecanismos de busca: investigação das múltiplas sintaxes de organização e busca de informação e conhecimento no ciberespaço. In: MONTEIRO, Silvana Drumond. Grupo de Pesquisa Informação e conhecimento no ciberespaço (site). Disponível em: <https://gpciber.cms.webnode.com/projetos2/>.


(2005-2008) MEMÓRIA NO CIBERESPAÇO

Memória, para a Ciência da Informação (CI), está relacionada à preservação. Entretanto, percebeu-se que no ciberespaço a memória está mais relacionada ao esquecimento, em função da desterritorialização do signo e do saber em fluxo, o que não deixa de ser um problema para os profissionais da informação que possuem uma relação estreita com a memória escrita como fonte de preservação dos saberes. Para estudar a memória virtual no ciberespaço, houve necessidade de se estabelecer as categorias filosóficas para compreensão de sua natureza e ao mesmo tempo de sua mudança no ciberespaço. Por meio de uma análise de conteúdo criou-se as categorias de estudo: a) tipo de memória; b) representação; c) espaço; d) tempo; e) preservação, compondo o eixo vertical da pesquisa. No decorrer da investigação, percebeu-se que uma categoria inerente à memória foi ignorada e, portanto, foi contemplada a posteriori, pois se apresenta como uma das mais importantes no ciberespaço: o esquecimento Como a pesquisa relacionou a memória com as TIC, desenvolveu-se um eixo horizontal com as seguintes temporalidades: a) oral; b) escrita; c) digital, para entender a evolução da memória. Nesse sentido, cada categoria foi perscrutada, por meio de pesquisa teórica e nossos resultados foram alcançados a partir da elaboração de um corpus com produção que abrangeu cada categoria de investigação, sobre a memória. Atingimos os objetivos propostos, sobretudo à caracterização da memória virtual no ciberespaço. Com efeito, nossa premissa é que as TIC provocam profundas mudanças culturais e sociais, afetando, portanto, a própria memória; o ciberespaço está afetando a natureza da memória, tal qual a concebemos na escrita. Nessa direção, uma nova memória "desterritorializada" está sendo constituída, sem garantias de preservação. O arquivo digital tende a barrar a possibilidade de uma narrativa linear: sua lógica é descontínua; ela opera por saltos espaciais e temporais. O ciberespaço teria uma memória cultural digital se conseguisse criar o eixo do tempo: arquivo da Internet em tempo real com uma cópia dela para cada dia do ano e todos os anos em perpetuidade. Para que isso aconteça, é necessário que haja o "barateamento" dos custos de armazenagem dessa memória no ciberespaço, o que vem ocorrendo, entretanto, o volume de conteúdo aumenta na mesma proporção. Há muitos obstáculos para que a idéia do eixo do tempo se concretize, posto que as representações no ciberespaço são muito dinâmicas, de múltiplas semióticas e os sites possuem conteúdo vertical, ou seja, várias camadas de conteúdo. Essa memória desterritorializada não tem o "eixo do tempo", isto é, instrumentos e dispositivos que estejam preservando as informações, conhecimentos e consolidando uma memória de longo alcance. A memória virtual possui aproximações com a memória da sociedade oral, como o uso do discurso narrativo, o uso das imagens, e as possibilidades de esquecimento, no entanto, está consolidando-se como um novo tipo de memória. Sendo assim, podemos pensar que, se a CI sempre teve como prioridade a preservação da memória, para posterior recuperação e uso, com o advento das tecnologias da Internet que possibilitaram o surgimento do ciberespaço, a preservação, como a conhecemos, já não é possível. O ciberespaço, com seus devires, veio instaurar na CI uma categoria ainda não aceitável ou perceptível nessa área: o esquecimento. É, no momento, um dos grandes desafios da área, ao qual se soma a compreensão teórica das semióticas, por parte dos profissionais da informação. O fato é que estamos, na contemporaneidade, construindo outro tipo de memória. Finalmente, a memória virtual no ciberespaço, de uma maneira geral, estaria mais ligada ao pensamento, a produção sígnica de múltiplas semióticas e aos esquecimentos do que as possibilidades físicas de conservação da produção humana, como nos registros impressos. Uma memória engendrada nela mesma, em tempo real e em contínua transformação.

GP ICC UEL | 2016 | Bem-vindo ao Ciberespaço!
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